Quando um grupo de delinqüentes skinheads é preso por apregoar idéias nazistas ou espancar gays nas ruas, alguns setores da imprensa dão uma intensa cobertura sobre o assunto e fazem alarde histérico sobre o suposto crescimento do nazismo. A coisa se torna até caricatural: alguns programas de TV convidam membros da comunidade judaica a falarem das experiências dos campos de concentração na Europa, como se a ameaça nazista fosse onipresente, como se o espantalho de Hitler ressurgisse das cinzas do bunker de Berlim, para restaurar o poder, na figura de alguns marginais da baixada. Na cabeça dessas criaturas midiáticas mentecaptas, o espectro do nazifascismo ameaça assolar o mundo!
Entretanto, o mesmo tratamento não é dado ao comunismo. Se não bastasse a atenção desproporcional a um totalitarismo morto e enterrado há pelo menos quase 70 anos, os mesmos comentaristas e formadores de opinião ridicularizam àqueles que afirmam sobre a força que os movimentos revolucionários comunistas possuem em nossas democracias. Esses jornalistas dizem que o “socialismo morreu”, que o alerta anticomunista é “coisa da guerra fria”, que não existe nenhuma ameaça da volta de um regime totalitário similar ao que ocorreu na União Soviética e que ainda vigora na China e na Coréia do Norte. O comunismo mata até hoje. Mas ninguém liga. É um caso estranho de histeria rasteira com amnésia retardada!
Há de se conjecturar: a histeria antinazista foi de grande valia para o movimento comunista. Ela colaborou para transformar os inimigos do comunismo como meros reflexos do cadáver fascista, quando na verdade serviu de ocultações de crimes e genocídios muito mais assombrosos das ditaduras marxistas. Isso acobertou, inclusive, o envolvimento do Estado nazista com a União Soviética, em particular, o rearmamento da Alemanha pelo exército vermelho e a criação dos campos de extermínio alemães, estruturada com sólida logística da NKVD, a polícia política soviética. Essa desproporção doentia teve sólido apoio dos intelectuais de esquerda ocidentais, que inventaram o mito do ressurgimento nazista e ocultavam a ameaça real dos comunistas. Foram as idiossincrasias da tal “esquerda moderada” que tantos conclamam como “democrática”. Daí a patetice ridícula de censurar suásticas e prender meia dúzia marginais nazistas sem expressividade alguma, quando o Partido Comunista e seus sequazes similares da esquerda disputam democraticamente o poder, no intento de implantar seu sistema de opressão. E até hoje eles têm sólido apoio de uma intelectualidade universitária poderosa, dominadora, apta a disseminar "ativistas sociais" inúteis propagando as maravilhas da burocracia estatal voluntariosa, do Arquipélago Gulag e do milagre do Estado onipotente.
Essa esquizofrenia mental se torna mais visível quando a imprensa nacional registra os acontecimentos na América Latina e no mundo como se fossem expedientes acidentais, ocasionais, sem relações com um projeto de poder de um grupo. Pode-se incluir, como um exemplo clássico disso, a crença, disseminada até por liberais estúpidos, da famigerada morte do socialismo. Inclusive, algumas revistas falam da chamada “esquerda responsável”, que acolhe o livre mercado e abandona a concepção totalitária na economia e na sociedade civil. A burrice do liberal médio é achar que a liberdade se resume à sua visão economicista de livre mercado, ainda que a esquerda controle de forma totalitária todo o resto. Os liberais não estão empolgadinhos com os progressos do livre mercado na China comunista? Se a nossa realidade chegou ao estado de coisas alienantes dos dias de hoje, os liberais e paladinos do livre mercado têm grande cumplicidade com o crime. Acovardados, pusilânimes, complacentes, aceitaram perfeitamente o domínio das esquerdas em troca de migalhas. E foram eles que alimentaram a farsa da falsa defunta comunista.
A cobertura dada pela Revista Veja a respeito da crise em Honduras, causada por obséquio do ditador Hugo Chavez e do Presidente Lula, retrata essa cegueira sobre a “morte do socialismo”. A América Latina inteira caminha para o modelo socialista. E, mesmo assim, os idiotas ainda acreditam que o socialismo morreu. Morreu onde? Venezuela, Equador, Nicarágua, Bolívia, Paraguai, Argentina, El Salvador e agora Honduras, sofrem com o bolivarianismo, com o “socialismo do século XXI”. E o Brasil é o elemento estratégico de promoção de ditaduras esquerdistas na América Latina, com a ajuda do “moderado” governo Lula.
Os jornalistas de Veja e os liberais podem afirmar à vontade que o socialismo morreu, ainda que nossas escolas preguem literatura marxista a granel, ainda que nossas universidades sejam dominadas pelas esquerdas revolucionárias, ainda que a revolução russa e as ditaduras comunistas sejam glamourizadas como uma contrapartida viável ao capitalismo. Ademais, na mesma edição da revista há uma matéria a respeito dos partidos radicais de esquerda, nanicos, supostamente sem expressividade política nos pleitos eleitorais. Todavia, não é estranho que esses grupelhos tenham um controle desproporcional sobre os meios culturais de nosso país? Não é assustador que eles formem quadros justamente em universidades e escolas? Que mesmo o governo federal libere dinheiro público para organizações estudantis comunistas como a UNE? Ou que a indústria de invasão de terras praticada pelos radicais maoístas fanáticos MST tenha um aval milionário do governo petista?
Mas a Revista Veja dá ao leitor a idéia falsa de que o PT é diferente dos partidos radicais de esquerda que ela tanto deprecia. Os jornalistas ainda chegam a presumir que a ligação do movimento revolucionário com o narcotráfico na América Latina seria uma espécie de aberração, não uma parte essencialmente criminosa da militância comunista. Ou seja, os jornalistas santificam a esquerda e dão o aval de afirmar, categoricamente, que ela é partidária da democracia. Será que os jornalistas crêem que gente como Lênin ou Stálin eram figuras angelicais? Que o Partido Bolchevique se sustentava através de ofertas e dízimos? Qualquer pessoa minimamente informada saberia responder essa pergunta: os movimentos de esquerda guardam através de si um histórico tradicional de banditismo e criminalidade. O que ocorre na América Latina não é diferente do que Lênin fazia quando mandava Stálin assaltar um banco ou extorquir gente rica. A aliança de Lula, Chavez, Zelaya, com o narcotráfico das Farc não é mera coincidência. E o que é a criminalidade do Estado comunista senão o banditismo, o terrorismo e o genocídio transformados em lei? Ah sim, Veja nunca se refere ao socialismo “bolivariano”. No linguajar da revista, Chavez e Zelaya são apenas “populistas”!
O jornalismo da Revista Veja ainda colabora para outro rol de falácias. Fala do “golpe de Estado“ inexistente em Honduras, quando na verdade, essa idéia mitológica é criação fictícia das próprias esquerdas que querem destruir a democracia naquele país. O Congresso Nacional, o Judiciário, o Ministério Público e o exército tiveram plena legitimidade para derrubar o governo Zelaya, que violou a Constituição hondurenha. Por que um periódico, que supostamente tem fama de ser anti-petista, alimenta as mesmas mentiras do inimigo? O mais grave, contudo, é a omissão da reportagem a respeito da entidade mais influente da América Latina, o Foro de São Paulo, presidido, nada mais, nada menos do que pelo próprio Presidente do Brasil, Luis Ignácio Lula da Silva. Na Declaração Final do XV Encontro do Foro de São Paulo, ocorrido no México, entre os dias 20 e 23 de agosto de 2009, foi redigida uma declaração final nos seguintes dizeres:
"Décimo quinto. O XV Encontro do Foro de São Paulo aprovou mn plano de trabalhoo para o próximo ano que se propõe:
1. Acompanhar os governos progressistas e de esquerda, organizando um debate e intercâmbio permanente de informação entre os dirigentes dos partidos do FSP sobre a evolução da situação em América Latina e dos governos da região criando para eles um Observatório de Governos de esquerda e Progressistas.
2. 2. Apoiar decididamente a esquerda hondurenha nos términos de resolução particular aprovada por este XV Encontro”.
Em outras palavras, o movimento comunista está organizado em escala continental, impondo diretrizes a quase todos os governos do continente e decidindo, à revelia do povo de Honduras e demais outros países, pela destruição de seus sistemas democráticos. O Foro de SP pode rasgar a Constituição de Honduras e destruir a democracia e a soberania daquele país, tudo em nome da democracia!
Basta analisar a política petista em todos os seus ângulos para perceber que o governo Lula não é nada diferente de um partido revolucionário. O PT segue todos os passos da esquerda mundial, quando usa uma dupla face no sistema democrático. Por um lado, finge aceitar as regras do Estado de Direito; por outro lado, alimenta a sanha da revolta revolucionária. O PT é o partido que aceita o livre mercado, ao mesmo tempo em que expande uma gigantesca burocracia estatal e aparelha o Estado e a sociedade civil; é o partido que diz defender a democracia, da mesma forma que aprova as brutais tiranias islâmicas, reconhece a legitimidade da China comunista como economia de mercado e, ainda, dá franco apoio à ditadura da Coréia do Norte, no sentido de hostilizar o Japão e subjugar a democrática Coréia do Sul.
A política do PT, de fazer da embaixada do Brasil em Honduras um palanque do capataz de Hugo Chavez, o ex-presidente Zelaya, faz parte do mesmo processo revolucionário que contamina a América Latina. É o reflexo mesmo da futura ditadura do partido-Estado. O Ministro das Relações Exteriores, o mentiroso farsante Celso Amorim, e seu comparsa, o lunático Marco Aurélio Garcia, usam a diplomacia brasileira para atender aos interesses ideológicos do Partido e das esquerdas latino-americanas. Todos eles querem arruinar a democracia em Honduras; querem expandir a influência da Venezuela no país, implantando uma nova ditadura socialista. Ou pior, querem expandir o domínio do Foro de São Paulo, o braço armado do comunismo latino-americano, tal como em outras épocas fora o Comintern, sobre os países democráticos que ainda resistem no continente. O PT, ao estreitar laços com os regimes totalitários ou mesmo expandi-los, quer isolar o Brasil das relações com as nações democráticas e criar um aparato de poder ditatorial dentro do país. A questão é mais que óbvia. O mal mesmo é a desinformação.
No Brasil atual, a mídia pode fazer alardes tenebrosos sobre o crescimento inexistente do nazismo ou de qualquer outra aberração fascista. A comunidade judaica pode ser até convidada a participar da farsa, ignorando que os anti-semitas atuais não são nazistas, mas comunistas, aliados do Irã e do islamismo terrorista. Contudo, a despeito de todas as evidências notórias da expansão comunista na América Latina, o grosso da imprensa se aliena, fecha os olhos, dissemina que tudo é teoria da conspiração. Ou na pior das hipóteses mente ao público. A Veja participa desse tipo de mistificação, negando os fatos. O totalitarismo morto assusta mais do que o totalitarismo vivo. O cadáver do nazifascismo oculta o ogro filantrópico comunista, vivíssimo no mundo! A desproporção entre fantasia e realidade mostra a esquizofrenia sintomática das mentalidades atuais.
Conde Loppeux de la Villanueva
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário